É muito tarde para não te amar.
Tudo o que ouço é o sopro do teu nome.
O que sinto é teu corpo, que consome
- presente,ausente - o meu corpo.Luar
em que me abraso, morro: teu olhar
ofuscando memórias, onde some
um mundo, e outro se ergue. Sede, fome
e esperança.Ah, para não te amar
é tão tarde que tudo é já distância,
que só respiro este luar que me arde,
este sopro sem praias do teu nome,
esta pedra em que pulsa e medra a ânsia
e esta aura, enfim, em que me envolve( é tarde!)
o que és - presente, ausente - e me consome.
Ruy Espinheira Filho
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